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Foto do escritorA Luluzinha

Como surge uma Documentadora?

Depois de dez anos, tem quem ache que a neve soterrou a nossa história. Como se o tempo tivesse invalidado minha origem, gostos, habilidades ou qualquer coisa que me faça ser humana. Não é bem assim, sabe?

Eu sei que vários conhecimentos já não servem pra muita coisa (do tipo saber a diferença dos porquês), só que não dá pra simplesmente ignorar o mundo de antes. De fato, estamos vivendo em um mundo completamente diferente do imaginado, mas são as nossas características únicas que nos diferenciam de qualquer outro grupo. Se a gente tem alguma chance de sobreviver, é por causa disso!

Duvido que Nova Lima teria sobrevivido a Nevasca se não fosse justamente pelas pessoas que tinham conhecimentos de engenharia, força física o suficiente para minerar e até paciência para administrar toda a nossa comida. Ser uma documentadora pode não ser o mais glorioso dos trabalhos, só que a galera precisa da gente e eu vou usar tudo o que eu sei pra ter sucesso nisso!

 

Pessoas que encontraram um propósito

Fotografia por Greg Betanov | Distribuição: Pexels

Em A Neve Sobre Nós, as Personagens são colocadas na função de documentadoras, tendo a principal responsabilidade de viajar pelo mundo congelado para escrever como as coisas estão, o que elas encontram no caminho e esse tipo de coisa. Temos boatos e suposições sobre o que aconteceu nos últimos anos, mas nada é concreto o suficiente para que planos sejam traçados e Nova Lima se veja fora de grandes dificuldades.

Nesse sentido, alguns grupos de documentadoras são formados para caminhar rumo ao estranho conhecido, podendo presenciar perigos fatais que somente essa região pode proporcionar. Então, por que sair da cidade?

Você pode ter aceitado se tornar uma documentadora por diversos motivos, mas não dá para ignorar uma verdade por trás disso: você não é importante para a cidade. Médicos, engenheiros, cozinheiros e outras funções são fundamentais para Nova Lima, jamais cogitados para uma missão suicida. Talvez seja uma expedição dessas que faça a sua vida ter um pouco de utilidade.

Essa verdade é crucial para o jogo: você não é alguém que a cidade sentiria falta (pelo menos, no quesito sobrevivência). Talvez você tenha sido professor de biologia, advogado, vendedor de loja, artista ou qualquer profissão que não seja essencial para uma situação apocalíptica.

Isso significa que o seu conhecimento é irrelevante? Não! Essa é uma das questões que envolvem as Personagens: você tem um passado que ainda faz parte de quem você é, não dá para simplesmente apagar todas as suas características. Por isso, suas habilidades e informações podem ser utilizados lá fora.

Um advogado poderia mediar um conflito entre dois sobreviventes famintos, enquanto um vendedor de loja saberia convencer alguém sobre os benefícios de racionar a comida com o grupo. No meio do caos, você pode encontrar um propósito.

 

Construindo Personagens


Fotografia por John De Leon | Distribuição: Pexels

Gosto muito de como a Tália, escritora do Ma Bu, descreve as protagonistas desse jogo: tá todo mundo fodido, você é um filha da puta que não serve pra nada e no meio dessa merda a gente tem que juntar os trem e fazer funcionar. Ela está certa.

Para construir a sua Personagem, é isso que você precisa ter em mente: esse não é um jogo para viver uma aventura épica sobre um grupo extremamente reconhecido com a importante missão de salvar o mundo. Na verdade, vocês são pessoas comuns que sofrem como todo mundo.

Agora que isso foi colocado, existem algumas coisinhas que posso compartilhar sobre as regras de A Neve Sobre Nós:


  • As Personagens possuem um Passado e um Presente, auxiliando na construção de quem você se tornou durante todo esse tempo. Elas têm histórias de antes da Nevasca, assim como entendem que tudo está diferente agora;

  • Nada nesse jogo é sobre o que você faz (investigação, acrobacias e arrombamentos), mas em como você faz (será que a sua Personagem é imprudente?);

  • Todas as pessoas têm Medo de alguma coisa, será que isso é capaz de atormentar as Personagens durante as expedições? Afinal, a situação não é das melhores;

  • Esse é um jogo que fala bastante sobre perdas, mas sempre tem alguma coisinha que a gente consegue guardar. O Elo pode ajudar a sua Personagem a manter a sua mente concentrada, lembrando do que deve ser feito para o sucesso da viagem.


Nesse RPG, as memórias sempre farão parte das Personagens, porque elas sempre vão se lembrar de um restaurante que gostavam de ir, um posto de gasolina que pararam durante uma viagem da escola ou um parque de diversões que foram com seus filhos. Esse conhecimento é a munição mais preciosa para a narrativa, colocando as histórias vividas em comparação ao que está sendo visto pós Nevasca.

O mundo congelado não vai deixar você esquecer o que viveu. Mesmo podendo ser uma informação valiosa, isso significa que todos os caminhos apontam para algo que não voltará mais, uma eterna derrota.
 

E quem é a autora?

Meu nome é Luiza, mas geralmente sou conhecida por "Luluzinha". Tenho 23 anos e sou formada em Letras - Português, na Universidade Federal de Santa Catarina.

Trabalho como criadora de conteúdo de RPG desde 2020 e, em 2022, comecei a atuar como autora no meu primeiro projeto: Solaria. Desde então, publiquei sistemas de bolso, escrevi aventuras, cenários e revisei algumas obras por aí.








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